Benefícios da Erva-doce para a saúde
Jornalista formado na PUC/RJ com 25 anos de atuação em veículos especializados em alimentos, agricultura e pecuária.
A erva-doce, conhecida também como anis, é uma planta aromática e melífera – daquelas que atraem as abelhas. Seu nome científico é pimpinela anisum e ela pertence à família das Apiaceae, onde podemos encontrar também o endro, o cerefólio, o aipo, o coentro, o cominho, a cenoura, o funcho, a salsinha e outras também usadas na culinária.
Considerada uma planta medicinal, a erva-doce foi usada durante muitos séculos para o tratamento de problemas de digestão, gases intestinais, dificuldades renais e hepáticas e também para a lavagem do globo ocular. Além das suas propriedades medicinais, ela também possui vários nutrientes que são essenciais para o nosso organismo, entre eles a vitamina C, o ácido fólico, ferro, manganês e potássio.
A planta também possui ações antiespasmódica, anti-inflamatória, antimicrobiana, expectorante, diurética, depurativa e antioxidante. Confira abaixo os principais benefícios da erva-doce para o nosso corpo, assim como suas propriedades.
- Saúde dos ossos
A erva-doce possui entre seus nutrientes a vitamina K, o zinco, o manganês, o magnésio, o cálcio, o fósforo e o ferro, que ajudam a construir e manter a estrutura e a força óssea. Ainda é importante lembrar que o cálcio e o fósforo são essenciais para os ossos. Contudo, o consumo excessivo de fósforo, aliado ao pouco de cálcio, pode levar à formação de osteoporose. Portanto, é preciso haver o consumo equilibrado desses dois minerais.
- Pressão sanguínea
O consumo equilibrado de potássio apresenta efeitos vasodilatadores no nosso organismo. E, quando aliado ao cálcio e magnésio, o mineral atua no relaxamento da tensão dos vasos sanguíneos, reduzindo, consequentemente, a pressão sanguínea.
A pressão alta está diretamente ligada a diferentes problemas de saúde, como derrame, aterosclerose e ataque cardíaco. Por isso, a importância de manter a pressão sanguínea estabilizada.
- Função cerebral
O potássio é considerado um eletrólito, isso significa que ele atua facilitando a condução elétrica pelo corpo e isso inclui as conexões dentro do cérebro. Dessa forma, ele pode auxiliar no aumento das funções cerebrais e das habilidades cognitivas. Como também é considerado um vasodilatador, o potássio permite que mais oxigênio chegue ao cérebro. Por isso, um dos benefícios do consumo da erva-doce é a melhora da atividade neural.
- Coração saudável
A erva-doce é uma planta que possui quantidades significativas de ácido fólico, fibras, potássio e vitaminas C e B6 na sua composição. Esses nutrientes são responsáveis pelos benefícios que a planta oferece ao coração.
As fibras, por exemplo, auxiliam nos níveis de colesterol na corrente sanguínea e atua reduzindo o surgimento de doenças cardíacas, por exemplo. Já a vitamina B6, atua evitando o acúmulo de homocisteína, um composto orgânico que quando encontrado em excesso no nosso corpo pode vir a prejudicar os vasos sanguíneos, o que eleva os riscos de doenças cardíacas.
- Prevenção do câncer
Entre os vários nutrientes presentes na erva-doce está o mineral selênio. Ele desempenha um papel de extrema importância na função de enzima do fígado, pois ajuda a desintoxicar o órgão de compostos que podem ocasionar o câncer e inflamações, reduzindo o crescimento de tumores.
Além disso, a erva-doce também tem folato na sua composição, um nutriente que atua sintetizando e reparando o DNA. Dessa forma, ele impede a formação das células cancerígenas.
- Metabolismo
A vitamina B6, presente nos nutrientes da erva-doce, atua no nosso organismo quebrando os carboidratos e as proteínas e transformando-os em glicose e aminoácidos. Eles são compostos menores que são usados para fornecer a energia gasta dentro do nosso corpo.
- Digestão e saúde do intestino
Como tem uma quantidade alta de fibras, a erva-doce possui benefícios relacionados com a constipação e que ajudam a manter o sistema digestivo saudável e funcionando com regularidade. Além disso, alguns dos componentes da planta atuam estimulando a secreção digestiva e o suco gástrico e diminuindo inflamações presentes no intestino e no estômago. Esse processo facilita a absorção dos nutrientes presentes nos alimentos.
- Saciedade
A alta presença de fibras na erva-doce também é responsável por outro benefício da planta: o controle de peso e a saciedade. Esse benefício dá a fama de que o chá de erva-doce emagrece. Contudo, isso acontece porque as fibras funcionam como agentes dilatadores no sistema digestivo. Elas aumentam a sensação de saciedade e, consequentemente, diminuem o apetite. Com isso, reduz a ingestão de calorias e ocorre o controle do peso.
- Anemia
A erva-doce é uma planta rica em vitamina C e os alimentos com esse nutriente auxiliam no aumento da capacidade do organismo de absorver o ferro. A deficiência nutricional desse mineral causa a anemia – condição em que o sangue não tem uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos saudáveis.
- Ciclo reprodutivo e cólicas
O estrogênio, componente presente na erva-doce, ajuda a manter o ciclo reprodutivo feminino regulado e também auxilia na fertilidade. Além disso, a planta também ajuda a regular a ação hormonal no corpo, visto que o estrogênio é encontrado em diferentes medicamentos usados para diminuir a TPM, e a reduzir os desconfortos oriundos de cólicas menstruais, pois possui qualidades antiespasmódicas.
- Olhos
A erva-doce auxilia na diminuição das doenças que estão relacionadas com a degeneração macular e o envelhecimento prematuro. Por isso, costuma-se utilizar o sucos das folhas de erva-doce para diminuir a fadiga ocular.
- Pele
Como já dito anteriormente, a erva-doce é uma fonte de vitamina C e esse nutriente ajuda a formar o colágeno, que consiste no sistema de sustentação da pele. Sendo assim, a presença desse nutriente no nosso organismo auxilia na prevenção de danos que são causados pela exposição da pele ao sol, à poluição e à fumaça. A vitamina C ajuda a suavizar as rugas e também age melhorando a textura da nossa pele.
Como consumir a erva-doce?
O formato mais comum de consumir a planta é por meio de chás. Por isso, veja abaixo receitas de como fazer chá de erva-doce. Para ter acesso a todas as propriedades da erva-doce, é possível preparar de duas formas diferentes. A mais comum é utilizando as folhas da planta, porém também é possível fazer o chá com a semente de erva-doce.
- Receita de chá de erva-doce com folhas:
Para preparar o chá será necessário um litro de água e cinco folhas de erva-doce. Coloque a água para ferver e acrescente as folhas. Quando começar a ferver, conte até 3 e desligue o fogo. Deixe o recipiente tampado e descansando por cinco minutos. Durante esse tempo as folhas irão soltar as propriedades benéficas da planta.
- Receita de chá de erva-doce com sementes:
Para preparar o chá, será preciso um litro de água e três colheres de sopa de semente de erva-doce seca. Coloque a água para ferver e, quando tiver fervido, acrescente a semente de erva-doce seca. Deixe por mais 30 segundos, desligue e tampe o recipiente. Em seguida, deixe o chá descansar por cerca de cinco minutos. Após, coe e sirva.
Existe alguma contraindicação para o consumo de erva-doce?
Antes de tomar o chá de erva-doce, é preciso atentar-se a alguns cuidados importantes. Pessoas que ingeriram esteroides, assim como medicamentos anti-inflamatórios e corticoides, devem evitar o consumo da planta. Quem também deve evitar o consumo do chá são pacientes com úlcera duodenal, diverticulite, refluxo e colite ulcerosa.
O chá de erva-doce na gravidez também não é recomendado de forma exagerada, para, assim como a maioria dos chás, não induzir ao abordo espontâneo. Contudo, de maneira moderada, o chá pode aliviar as dores e desconfortos causados pela gravidez. Por isso, a dica é consultar o médico antes.
Contudo, para as mulheres que já tiveram filho e amamentam, o chá é bastante recomendado em virtude da presença do estrogênio na sua composição. Ele ajuda a reduzir os desconfortos de cólicas. Mas então, chá de erva-doce para o bebê, para que serve? O chá tem a mesma finalidade: diminuir as dores que são causadas pelas cólicas intestinais nos primeiros meses de vidas dos pequenos. Quando a mãe ingere o chá, seus benefícios vão para o seu leite também, que é repassado ao bebê.
Formado em jornalismo pela PUC/RJ, há 25 anos atua no jornalismo especializado voltado para alimentos, agricultura e pecuária. Começou em 1995 como repórter na Revista Manchete Rural, onde foi também redator e chefe de reportagem. Fundou a revista Panorama Rural (1998) e o Portal Dia de Campo (2008), no qual publicou mais de 11 mil artigos, entrevistas em áudio e vídeos sobre o assunto.