Benefícios do Feijão Carioca para a saúde

Marcelo Pimentel

Jornalista formado na PUC/RJ com 25 anos de atuação em veículos especializados em alimentos, agricultura e pecuária.



É fácil fazer piada com os diferentes tipos de feijão e o efeito de flatulência que eles têm, mas devemos manter o foco nos nutrientes que alimentos como o feijão carioca podem trazer para nossa saúde.

Você sabia que muitos tipos de feijão, como feijão anasazi e o feijão carioca são alguns dos principais alimentos que combatem o câncer? Mais do que isso, o feijão carioca também beneficia o coração.

O feijão carioca existe há séculos e, até hoje, é servido em celebrações e reuniões sociais. Embora o feijão, às vezes, seja preparado com receio por seus efeitos colaterais bem conhecidos como embaraçosos causadores de gás, o valor nutricional é vasto e são acessíveis no preço.

Combine o caldo de feijão carioca com um grão inteiro, como o arroz integral e você obterá uma farinha de proteínas de alta qualidade, praticamente livre de gordura. O feijão carioca seco está geralmente disponível embalado em sacos plásticos, bem como em caixas ou já cozido, em latas.

Como os feijões são uma forma muito barata de boa proteína, eles se tornaram populares em diversas culturas do mundo todo. É o feijão mais consumido nos Estados Unidos e parte do México. Hoje, os maiores produtores comerciais de feijão carioca são Índia, China, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Benefícios do Feijão Carioca

  • Pode diminuir o crescimento de tumores – O feijão carioca contêm antioxidantes chamados de polifenóis, que podem prevenir algumas formas de câncer. Os grãos do carioca também contêm kaempferol, que é um flavonoide conhecido por ajudar a reduzir a inflamação. Estes antioxidantes benéficos podem retardar o crescimento de tumores, aumentando a taxa de sobrevivência de células saudáveis ​​tão necessárias.
  • Reduz os riscos de doenças cardíacas – O feijão carioquinha pode ser útil para reduzir os níveis de colesterol e, portanto, o risco de doença cardíaca. Ingerir cerca de meia xícara de feijão carioca diariamente pode ajudar a reduzir seus níveis de colesterol total e colesterol LDL. Isso funciona substituindo uma fonte de proteína que é alta em gordura por outra, que quase não tem gordura. O aumento no consumo de fibras alimentares também pode ajudar a diminuir o seu colesterol.
  • Potencialmente ajuda a reduzir o risco de câncer de mama – Um estudo revela que mulheres que tiveram mais ingestão de fibra dietética em uma idade mais precoce até a idade adulta foram associadas a riscos de câncer de mama significativamente menores, sugerindo que uma dieta rica em fibras durante a adolescência e início da idade adulta pode ser particularmente importante. Os níveis de hormônio esteroide sexual são conhecidos por estarem fortemente relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. É pensado que uma dieta rica em fibras reduz o risco de câncer de mama inibindo a reabsorção de estrogênio.
  • Combate a Diabetes – Com o aumento da obesidade, o diabetes é uma preocupação crescente. O feijão carioca pode oferecer alguma ajuda, não só na redução do risco, mas também no controle dos níveis de açúcar no sangue. Os carboidratos complexos que o carioquinha contém são úteis devido a um processo de digestão mais lento. Isso pode aumentar a saciedade e ajudar a regular os níveis de glicose e insulina. Além disso, a fibra que eles contêm pode auxiliar na redução do risco de síndrome metabólica, que afeta os níveis de glicose, fazendo do feijão carioca a adição perfeita em qualquer plano de dieta diabética.
  • Pode ajudar a desintoxicar o corpo – Vinhos, frutas secas e alguns vegetais contêm sulfitos, o que pode causar efeitos colaterais como  dores de cabeça e desorientação. Estudos têm demonstrado que o feijão carioca é extremamente elevado em molibdênio, um mineral raro que não é frequentemente encontrado nos alimentos. Um copo de feijão contém 285% do valor diário recomendado de molibdênio. Este mineral neutraliza os efeitos colaterais dos sulfitos.
  • Pode melhorar o sistema nervoso – O molibdênio ajuda na produção de energia celular e no desenvolvimento do sistema nervoso. O feijão carioquinha fornece ao cérebro os aminoácidos, vitaminas e minerais necessários. Vitaminas como o folato, que desempenham um papel significativo na regulação de aminoácidos específicos que o sistema nervoso requer. Estudos têm demonstrado que uma quantidade deficiente de folato dietético pode aumentar os níveis de homocisteína, que pode ser um precursor perigoso de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson.
  • É útil para mulheres grávidas e seus bebês – O folato do feijão carioca mostrou colaborar na composição de tubos neurais e de glóbulos vermelhos em bebês pré-natais. Uma deficiência de ácido fólico em mulheres grávidas pode acarretar no nascimento de crianças com baixo peso e podendo também resultar em defeitos do tubo neural em recém-nascidos. Um copo de feijão contém 74% do valor diário recomendado.
  • Ajuda a manter a pressão sanguínea saudável – O feijão carioquinha têm um teor muito alto de potássio e um baixo teor de sódio. Um copo de feijão carioca contém uma enorme quantidade de 746 miligramas de potássio, em comparação com 1,7 miligramas de sódio. O folato também contribui para a redução da hipertensão e relaxa os vasos sanguíneos, mantendo o fluxo sanguíneo adequado.

Propriedades do Feijão Carioca

O feijão carioca, de nome científico Phaseolus vulgaris é citado como “feijão comum” provavelmente pelo fato de derivar de um antepassado do feijão comum que se originou no Peru.

A partir daí, o feijão foi espalhado por todo o Sul e a América Central pela migração dos negócios indianos. O carioquinha foi introduzido na Europa no século XV por exploradores espanhóis que retornaram de suas viagens ao Novo Mundo. Os comerciantes espanhóis e portugueses o levaram para África e Ásia.

O Brasil vem cultivando essa fonte nutricional desde 3000 a.C, tornando-se um alimento básico na maioria das refeições com arroz, macarrão e batatas. Não está claro quanto à data exata da domesticação do feijão, embora as evidências remontem a arqueologias há até 10.000 anos na Argentina e há 7.000 anos no México.

O carioquinha é uma excelente fonte de molibdênio, fibra e folato. O feijão carioca também é uma boa fonte de cobre, manganês, fósforo, proteína, vitamina B1, vitamina B6, magnésio, potássio e ferro.

Certos fitonutrientes, mostrados úteis na prevenção de alguns tipos de câncer, incluindo câncer de estômago, também são fornecidos em quantidades importantes por este feijão. Os fitonutrientes incluem ácidos cinâmicos, secoisolariciresinol e coumestrol.

Um copo de feijão carioca cru possui o seguinte valor nutricional:

  • 670 calorias
  • 121 gramas de carboidratos
  • 41,3 gramas de proteína
  • 2,4 gramas de gordura
  • Fibra de 29,9 gramas
  • 1.013 microgramas de folato
  • 2,2 miligramas de manganês
  • 1,4 miligramas de tiamina
  • 1,7 miligramas de cobre
  • 340 miligramas de magnésio
  • 793 miligramas de fósforo
  • 2.689 miligramas de potássio
  • 53,8 microgramas de selênio
  • 9.8 miligramas de ferro
  • 0,9 miligramas de vitamina B6
  • 4.4 miligramas de zinco
  • 0,4 miligramas de riboflavina
  • 218 miligramas de cálcio
  • 12,2 miligramas de vitamina C
  • 10,8 microgramas de vitamina K
  • 2.3 miligramas de niacina

Como fazer Feijão Carioca

Antes de lavar os grãos do feijão carioquinha, espalhe-os em uma placa de cor clara ou na superfície da pia da cozinha para verificar pequenas pedras, detritos ou feijões danificados. Em seguida, coloque-os em uma tigela, enxaguando-os cuidadosamente em água fresca.

Para cozinhar o feijão carioca, você pode usar uma panela comum ou uma panela de pressão. Para o método em panela comum, adicione três copos de água doce ou um caldo de sua preferência para cada copo de feijão seco. 

O líquido deve estar cerca de um a dois centímetros acima do topo dos feijões. Coloque-os para ferver, depois reduza o fogo, tampando parcialmente a panela. Se alguma espuma surgir durante o processo de cozimento, basta limpar. O feijão carioca geralmente demora cerca de uma a uma hora e meia para ficar cozido, usando esse método da panela.

Eles também podem ser cozidos em uma panela de pressão onde levam cerca de meia hora para ficarem prontos. Independentemente do método de cozimento, não adicione temperos que sejam salgados ou ácidos até depois que os feijões fiquem cozidos. Adicioná-los mais cedo tornará os feijões resistentes e aumentará consideravelmente o tempo de cozimento.

Prefira temperar seu feijão carioca depois de cozido em uma panela adjacente.

Algumas ideias rápidas para preparar o feijão carioquinha:

  • Use feijão carioca em receitas que levam pimenta na preparação.
  • Misture o feijão carioca com sálvia, orégano, alho e pimenta preta para gerar uma deliciosa pasta que pode ser usada como enchimento de aperitivos ou sanduíches.
  • Coloque uma camada de feijão carioca cozido, tomates picados, cebolas e queijo ralado em uma tortilha. Deixe no forno até que derreta o queijo. Finalize cobrindo com abacate e coentro picados.
  • Adicione feijão carioquinha na sopa de vegetais.
  • Junte os grãos de carioquinha com arroz cozido. Adicione vegetais picados também cozidos, como cenouras, abobrinha e tomate. Depois tempere, saboreie e aproveite esta refeição simples.

Efeitos colaterais do Feijão Carioca

O feijão carioca é famoso por causar desconforto intestinal e flatulência, o que pode acontecer devido às grandes quantidades de fibras e um açúcar que ele contém chamado Oligossac. Este açúcar é difícil de derrubar durante o processo de digestão e geralmente não se quebra até chegar ao intestino grosso, onde vivem bactérias úteis. 

É esse processo que produz o gás geralmente irritante e desconfortável. 

Outro risco que você deve ter em conta é o iodo. Para aqueles que sofrem de câncer de tireoide, é comum que a radiação faça parte do processo de tratamento e o iodo presente pode prejudicar os efeitos esperados.

Marcelo Pimentel

Formado em jornalismo pela PUC/RJ, há 25 anos atua no jornalismo especializado voltado para alimentos, agricultura e pecuária. Começou em 1995 como repórter na Revista Manchete Rural, onde foi também redator e chefe de reportagem. Fundou a revista Panorama Rural (1998) e o Portal Dia de Campo (2008), no qual publicou mais de 11 mil artigos, entrevistas em áudio e vídeos sobre o assunto.